Jandira Leite Titonel e seus sentidos
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena
Textos
Não vale um Cibazol
Josué estava radiante. Era sua primeira experiência no ramo. Não se importou em usar todo  o seu primeiro salário, naquele lúdico lugar dos sonhos desde a adolescência. Na verdade, estava maravilhado com a atendente da vez. A cada dia seu encanto aumentava.Tão deslumbrado estava que decidiu, doravante Carlinha seria sua, só sua. Mal podia esperar a hora de sair do local de trabalho e lá ia ele saltitante como um boneco de mola. Gradativamente expôs seus planos à Carlinha que, atordoada com a situação, ainda não acreditava na sorte grande. A ficha não tinha caído ! Começaram a se encontrar fora do local de trabalho da Carlinha. Josué comentou com os amigos mais chegados e alguns deles contestavam. Ci-ba-zol, bazol, qualquer coisa assim. Cibazol ! Bem, nada importava e a decisão era irrevogável ! A psique do consciente e inconsciente de Josué estava formada. Era paixão em demasia. Agora, os preparativos para o enlace matrimonial já fervilhavam. Finalmente o Grande Dia chegou. Uma festança de fazer inveja . Uma celebração de verdadeiras celebridades. Um  encontro festivo de velhos e novos amigos e até inimigos, já que esses não concordavam com a decisão do noivo e ali estavam para, além de marcarem presença, constatarem que o fato era, de fato, real. Lua de mel em Fernando de Noronha foi o mundo mágico escolhido para o início da glória de um casal feliz. Lar, doce Lar. Carlinha era a dona do pedaço. Josué, funcionário de uma estatal, tudo fazia para que sua princesa fosse a dona de casa mais feliz das mulheres. Um certo belo dia, Josué acordou indisposto, meio febril,  garganta arranhando, corpo dolorido.Era imã gripe muito forte e achou por bem ficar em casa. Depois de se medicar, deitou-se no sofá da sala, esperando que aquele mal-estar logo passasse. Entretanto, mal adormeceu,  inicialmente foi acordado pela campainha, mas Carlinha, bem rapidamente, tratou de despachar os"vendedores". Depois, o barulho das chamadas ininterruptas do telefone  a cada minuto, mas  Carlinha, sempre ágil, atendia, falando baixinho, para não atrapalhar a  convalescença do marido amado. De repente, ainda com os olhos vendados para diminuir a dor de cabeça, Josué levantou-se e gritou - Que diacho é isso ?
E Carlinha boquiaberta, atônita, desembuchou:  É que...É que, bem, meu bem, são os clientes antigos que eu não posso abandonar. Pronto, falei!              
Bem que alguns smigis diziam  sobre Carlinha : - "Não vale um Cibazol ! Esmiuçou o dicionário e só então entendeu aquele "Não vale um Cibazol" Carlinha Não valia nem o que o gato enterra !                    

Jandiel
Jandira Leite Titonel
jandiel
Enviado por jandiel em 09/10/2021
Alterado em 08/01/2024
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