Entre céu e terra existem mistérios inimagináveis. Noutro dia, numa de minhas viagens astrais costumeiras, cheguei a um lugar que pareceu-me um final da linha. Levantei um milésimo de milímetro do véu que cobria  a parede de vidro onde parecia terminar a terra e dar início a caminhos que talvez sejam os dos céus e pude observar, perfeitamente, uma imensidão de ipês-amarelos margeando ruas onde crianças brincavam e adultos andavam sem pressa e sem dores. Um paraíso sem fim. Naquela parede de vidro pude ainda ver e ouvir, claramente,  batidas contínuas, originadas da chegada de uma infinidade de espíritos, luminescentes, na velocidade da luz. Eram como relâmpagos. Muitos  adentravam bem facilmente aquela parede densa, enquanto uma multidão era direcionada a outro espaço já com indicações de retorno a novas reencarnações. Ouvi dizer que são oito, no máximo, as oportunidades de reencarne. Havendo espíritos, porém, que com apenas um encarne  já não  precisam retornar à terra. Acheguei-me onde ninguém parecia se dar conta de mim e percebi que ali era feita a triagem da vida na terra.  Pude então constatar que é mesmo  o livre-arbítrio que nos conduz aos céus ou a tantos outros caminhos. Não deixe seu barco à deriva.

Jandiel
Jandira Leite Titonel